Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Como deve ser o cardápio na alimentação escolar? Saiba os 10 quesitos que todo cardápio deve cumprir

Quando se trata do universo da alimentação escolar, é essencial ter objetivos claros para o cardápio, como garantir a oferta de alimentos saudáveis e atender às necessidades nutricionais dos alunos durante o período letivo, além de apoiar seu aprendizado alimentar. A seguir, apresentamos 10 pontos fundamentais que devem ser considerados durante a elaboração dos cardápios escolares.

 

1. Número adequado de refeições

 

O cardápio deve observar o número adequado de refeições de acordo com a faixa etária, a idade e o tempo de permanência dos alunos na unidade escolar. Ademais, o primeiro ponto a ser observado é oferecer no mínimo duas refeições para os alunos de creche em período parcial e no mínimo três refeições para os alunos de período integral. Em contraste, para alunos da pré-escola, ensino fundamental, ensino médio ou EJA, em período parcial, pode-se optar por oferecer uma ou duas refeições. No entanto, são necessárias no mínimo três refeições em escolas em tempo integral.

 

2. Horários das refeições

 

O nutricionista responsável pela elaboração do cardápio deve definir os horários das refeições, que é o segundo ponto fundamental. Sendo assim, definir os horários é importante para garantir a aceitação das refeições e para oferecer os melhores horários para cada tipo de refeição. Além disso, é essencial que os horários sejam claramente apresentados nos cardápios, adequando-os às necessidades locais.

 

3. Apresentação de necessidades nutricionais

 

O terceiro ponto a ser considerado é que a elaboração do cardápio escolar deve atender as necessidades nutricionais adequadas para cada faixa etária, modalidade de ensino e tempo de permanência dos alunos. A Resolução 20/2020 do FNDE estabelece essas recomendações, aplicáveis tanto para unidades públicas quanto privadas. Sendo assim, é fundamental seguir essas orientações, baseadas em estudos específicos para a alimentação escolar.

 

4. Isenção de alimentos ultra processados e de gordura trans

 

O quarto ponto que deve ser destacado é que os cardápios devem ser isentos de alimentos ultra processados e de gordura trans. Vários estudos documentaram os malefícios da gordura trans, especialmente para as crianças, e dos ultra processados, que podem impactar negativamente na saúde a longo prazo, levando ao desenvolvimento de doenças crônicas. Assim, como o cardápio é uma forma de promoção da saúde e de educação alimentar, tais alimentos não devem compor os cardápios escolares. Vale lembrar que a Resolução 6 de 2020 do FNDE proíbe explicitamente uma lista de alimentos ultra processados, como refrigerantes, chocolates, gelatinas e temperos em pó com glutamato monossódico, entre outros.

 

5. Isenção de açúcares

 

O quinto ponto a ser considerado é que todo o cardápio para alunos menores de 3 anos deve ser isento de açúcares, independentemente do tipo de açúcar. A inclusão de açúcares refinados, mascavos, demerara, açúcares escondidos, adoçantes e similares não deve fazer parte dos cardápios escolares destinados a crianças menores de 3 anos. É importante destacar que há um artigo em nosso site que aborda a questão do açúcar. O conteúdo aponta os motivos pelos quais essa prática deve ser evitada. Consequentemente, é importante inibir a oferta de açúcar para as crianças menores de 3 anos. Ademais, o intuito dessa ação é promover uma alimentação mais saudável e adequada para essa faixa etária.

Leia também: 5 motivos para você apoiar a restrição do açúcar nas creches

 

6. Base em alimentos in Natura e minimamente processados

 

O sexto ponto essencial para os cardápios escolares é que devem ter como base alimentos in Natura e minimamente processados. Muitos outros pontos importantes serão contemplados automaticamente se o cardápio oferecer duas refeições que atinjam no mínimo 30% das necessidades nutricionais no período parcial. Além disso, a Resolução nº 6/2020 do FNDE recomenda uma quantidade específica de frutas, legumes e verduras a serem incluídos semanalmente nos cardápios. Sendo assim, a resolução pode ser usada como parâmetro para verificar a elaboração do cardápio com esses alimentos.

Aqui no Instituto de Nutrição e Alimentação Escolar (INAE) enfatizamos a importância de incluir frutas, verduras e legumes todos os dias no cardápio. Entretanto, a resolução apresenta uma recomendação mínima do que deve ser oferecido. Por exemplo, para unidades que têm alunos em meio período, é necessário oferecer pelo menos 280 g de frutas, legumes e verduras por estudante por semana.  Consequentemente, essa oferta corresponderia a pelo menos 2 dias de frutas e 3 dias de legumes e verduras por semana. Já para as unidades que têm estudantes em tempo integral, a recomendação é de pelo menos 520 g de frutas, legumes e verduras por estudante por semana. Assim sendo, a oferta corresponderia a pelo menos 4 dias de frutas e 5 dias de legumes e verduras por semana.

Vale lembrar que a recomendação abrange a inclusão de frutas e verduras para que os alunos possam consumi-los. Assim sendo, não sendo válidos os sucos nessa contagem, por exemplo.

 

7. Informações nutricionais

 

O sétimo ponto fundamental é que todos os cardápios escolares devem conter informações nutricionais sobre energia, macro e micronutrientes. Os micronutrientes são obrigatórios para as creches e incluem a vitamina A, vitamina C, cálcio e ferro. Além das informações nutricionais, é importante que o nutricionista responsável técnico assine o cardápio.

 

8. Variedade dos alimentos

 

O oitavo dentre os pontos fundamentais dos cardápios escolares é a variedade dos alimentos, que deve incluir todos os grupos alimentares. Em relação a essa questão, o FNDE recomenda na resolução nº 6/2020 que o cardápio ofereça uma refeição diária para os alunos, baseada na oferta de 20% das necessidades nutricionais. Ademias, o cardápio deve conter pelo menos 10 alimentos in natura ou minimamente processados diferentes. Além disso, o nutricionista deve verificar se há 10 alimentos distintos no cardápio em cada semana, sem repetições em preparações diferentes. Em contrapartida, o cardápio precisa conter no mínimo 14 alimentos in natura ou minimamente processados ao longo da semana quando oferece duas refeições atingindo no mínimo 30% das necessidades nutricionais no período parcial. Contudo, no caso do cardápio para o ensino integral com 3 ou mais refeições, deve-se ter pelo menos 23 alimentos in natura ou minimamente processados por semana.

 

9. Inclusão de Ferro M

 

O nono ponto aborda a inclusão de Ferro M no cardápio pelo menos 4 vezes por semana e a oferta de alimentos ricos em vitamina A por 3 dias semanais. Essa recomendação se baseia no fato de que muitas crianças no país sofrem com deficiências de Ferro e vitamina A. Sendo assim, a priorização desses alimentos no cardápio é justificada. É importante ressaltar que a inclusão desses nutrientes é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e infantil.

 

10. Valorização dos alimentos regionais

 

O décimo item da lista, não que seja o menos importante, a lista não está por ordem de prioridade ou importância, trata da valorização dos alimentos regionais. É imprescindível que o cardápio contenha preparações que muitas vezes estão sendo esquecidos pelas gerações mais jovens. Além disso, deve destacar os alimentos locais, especialmente frutas e verduras. Identificar e priorizar alimentos produzidos localmente é fundamental para valorizar os agricultores e a cultura locais. Essa medida pode, ainda, aumentar o valor nutricional dos cardápios.

 

Concluindo

 

Em resumo, os 10 pontos fundamentais dos cardápios escolares abordados aqui são importantes para compor um cardápio escolar saudável e adequado. O cardápio para alunos menores de 3 anos deve compor-se de alimentos in natura ou minimamente processados e evitar alimentos ultra processados, gordura trans e açúcar. Para evitar a monotonia alimentar, é importante que o cardápio apresente variedade de frutas, vegetais e legumes, sendo diversificado e colorido. Sendo assim, fundamental implementar essas medidas para garantir alimentação adequada e saudável e estimular hábitos saudáveis. Portanto, para alcançar esses objetivos, é preciso considerar todos os pontos na elaboração do cardápio escolar.

Artigos recentes

  • All Posts
  • Alimentação escolar & Agricultura familiar
  • Alimentação escolar & COVID-19
  • Alimentação escolar saudável
  • Boas práticas de manipulação de alimentos
  • CAE: Conselho de Alimentação Escolar
  • Cardápios para alimentação escolar
  • Educação Alimentar e Nutricional
  • Geral
  • Legislação da Alimentação Escolar
  • PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar

Fale conosco