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Os desafios da alimentação vegetariana nas unidades escolares

Cada vez mais, é comum a presença de famílias que optam por uma alimentação vegetariana nas unidades escolares. Nesse contexto, é crucial que a unidade escolar, juntamente com o nutricionista escolar e toda a comunidade escolar, acolham esses alunos e forneçam alimentos adequados a essa opção alimentar.

Sabe-se que a adaptação da alimentação vegetariana nas unidades escolares, especialmente para os veganos, pode ser um desafio para fornecer todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento adequados desses alunos. Nesse sentido, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) disponibiliza uma nota técnica com orientações para que os nutricionistas escolares possam adequar os cardápios desses alunos.

Tem sido ainda mais comum a chegada de famílias às unidades escolares solicitando a adaptação dos cardápios para seus filhos que seguem uma alimentação vegetariana em casa. Esse cenário tem gerado muitas dúvidas entre os nutricionistas escolares, os quais questionam se é obrigatório adaptar os cardápios para essas crianças vegetarianas nas unidades escolares.

 

Dúvidas frequentes

 

Será que o nutricionista realmente precisa adaptar e criar um cardápio específico para cada aluno que segue o vegetarianismo? Outra dúvida que surge frequentemente é como adaptar as necessidades nutricionais, excluindo diversos alimentos fonte de Ferro M, proteínas, entre outros. Esse processo pode ser bastante desafiador na elaboração dos cardápios.

Em primeiro lugar, é importante destacar que tanto o guia alimentar da Sociedade Vegetariana Brasileira, quanto a Acadêmy of Nutrition and Dietetics (antiga ADA) e o Conselho Regional de Nutricionistas da Terceira Região enfatizam que a alimentação vegetariana pode ser seguida em qualquer fase da vida, desde a gestação, passando pela lactação e também para as crianças.

No entanto, é crucial verificar se o aluno que segue uma alimentação vegetariana está sendo acompanhado for a da unidade escolar. Sabemos que a fase da infância, do crescimento e desenvolvimento físico e cerebral, demanda quantidades específicas de nutrientes. Portanto, é importante entender se aquela família faz ou não o acompanhamento for a da unidade escolar. Caso não haja acompanhamento por um médico ou nutricionista, é fundamental orientar a família sobre a necessidade de acompanhamento for a da escola, especialmente no que diz respeito à necessidade de suplementação, especialmente para os veganos que excluem alimentos de origem animal de sua dieta.

 

Ficha de atendimento

 

Uma questão relevante para o nutricionista escolar se atentar é a criação de uma ficha de atendimento específica para esses alunos. A ficha de atendimento facilita a elaboração de cardápios especiais para alunos vegetarianos. Essa ficha visa compreender o tipo de vegetarianismo adotado pela família, uma vez que sabemos que há diversos tipos de vegetarianismo. Cada tipo possui diferentes restrições de alimentos de origem vegetal. Dentre eles, podemos citar o vegetarianismo estrito, o ovo-lacto vegetarianismo, o lacto vegetarianismo, o ovo vegetarianismo e o veganismo.

Não obstante, não vamos discutir sobre os tipos de vegetarianismo, mas sim como o nutricionista escolar deve adaptar-se a essa nova realidade. Uma vez que o vegetarianismo vem surgindo com mais frequência nas escolas, sejam elas públicas ou privadas.

 

Legislação

 

Outro ponto de extrema relevância a ser destacado é que o Programa Nacional de Alimentação Escolar prevê em sua legislação a elaboração de cardápios adaptados às necessidades alimentares especiais do aluno atendido na rede. Isso inclui os alunos que optam pelo vegetarianismo, conforme a escolha de suas famílias. Além disso, o PNAE dispõe de uma Nota Técnica explicando detalhadamente como o nutricionista escolar pode e deve atender esses alunos. Ele destaca a forma de ofertar todos os nutrientes necessários àquela faixa etária, respeitando a quantidade de macro e micronutrientes. O anexo da Resolução nº 20/2020 apresenta esses detalhes. Essa determinação leva em conta o tempo de permanência, idade do aluno e também a etapa de ensino.

Muitas vezes, essa questão também gera dúvidas, como por exemplo, como ofertar um cardápio vegetariano se a legislação atual, presente na Resolução nº 6/2020, obriga a oferta de Ferro M no mínimo quatro vezes na semana? A legislação deve ser seguida, mas a orientação é para os cardápios padrão em geral. O nutricionista escolar deve adaptar o cardápio para atender cada aluno de acordo com suas necessidades especiais. Dentre as necessidades está incluso o vegetarianismo, uma opção prevista pelo PNAE. O PNAE também publicou uma Nota Técnica específica sobre esse assunto.

 

Concluindo

 

Com base no exposto, fica evidente a importância de entendermos a legislação do (PNAE) e adaptá-la para atender às necessidades alimentares especiais dos alunos vegetarianos. Embora a lei deva ser seguida, há flexibilização em partes. É essencial continuar ofertando a mesma quantidade de macro e micronutrientes para esses alunos, conforme previsto na Resolução nº  20/2020. O nutricionista escolar deve ser criativo, elaborar receitas saborosas e atrativas para que esses alunos se sintam incluídos na comunidade escolar.  E assim, tenham acesso a uma alimentação adequada às suas escolhas alimentares. Portanto, é fundamental ter um olhar mais acolhedor em relação a esses alunos e atender às suas necessidades especiais com eficiência e cuidado.

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